Epilepsia: sintomas, causas e tratamento

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Curitiba, 12 de dezembro de 2023, escrito por Gilson Rodrigues. A epilepsia se trata de uma doença neurológica que compromete o funcionamento do cérebro relacionado aos impulsos elétricos dos neurônios e os sinais químicos cerebrais, que se tornam desordenados, causando sintomas como convulsões, movimentos descontrolados do corpo ou, até mesmo, alterações do comportamento e das sensações, podendo causar a perda de consciência.

Entender como ocorrem as crises epilépticas, os sintomas, as causas e os tratamentos disponíveis são fundamentais para saber como agir ao presenciar uma crise.

Pensando nisso, a Brasil Emergências Médicas vai explicar tudo o que você precisa saber sobre a epilepsia e as crises epilépticas. Confira!

Epilepsia: o que é?

A epilepsia é uma doença que se caracteriza por uma predisposição recorrente a crises epilépticas. Se trata de uma doença com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.

Diferentemente de um episódio convulsivo, uma crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais e sintomas ocasionados por uma atividade neuronal anormal, excessiva ou síncrona no cérebro, com uma duração que pode variar, mas de modo geral, entre alguns segundos a vários minutos.

De acordo com a International League Against Epilepsy (ILAE), existem 2 tipos de definições de epilepsia, sendo uma científica e outra operacional. A definição operacional indica que a doença é caracterizada por:

  • No mínimo 2 crises não provocadas – ou reflexas – podendo ocorrer em um intervalo superior a 24 horas
  • Uma crise não provocada com estimativa de ocorrência em pelo menos 60% de uma nova crise. É possível identificar essa ocorrência através de alterações estruturais observadas na ressonância magnética.
  • Diagnóstico de uma síndrome epiléptica.

Quais as causas da epilepsia?

As causas da epilepsia podem variar, podendo ser causadas por lesões cerebrais, infecções (como a meningite), neurocisticercose, excesso de bebidas alcoólicas, de drogas, etc. Às vezes, pode estar relacionada a algo que ocorreu antes ou durante o parto. É comum não ser possível identificar as causas que deram origem à epilepsia.

Sintomas da epilepsia

O surgimento das crises epilépticas pode se dar de diferentes maneiras. A crise convulsiva é a forma mais conhecida e identificada pelas pessoas, sendo chamada de “ataque epiléptico”. Entretanto, não é a única.

?Os principais sintomas de epilepsia, de modo geral, incluem convulsões, que são caracterizadas por contrações intensas e involuntárias dos músculos e podem levar o indivíduo a ficar se debatendo por alguns segundos até 2 a 3 minutos.

Veja a seguir os principais dos diferentes tipos de epilepsia:

Epilepsia generalizada:

  • Cair no chão;
  • Contrações descontroladas e involuntárias dos músculos corporais;
  • Músculos rígidos, especialmente dos braços, pernas e tórax;
  • Salivar muito, chegando a babar;
  • Morder a língua e ranger os dentes;
  • Incontinência urinária;
  • Dificuldade em respirar;
  • Pele avermelhada;
  • Alterações no olfato, tornando-se agradável ou muito desagradável;
  • Fala imperceptível;
  • Agressividade, podendo resistir à ajuda;
  • Confusão e falta de atenção;
  • Sonolência.

Sintomas de crise de ausência:

  • Ficar parado e muito quieto;
  • Permanecer com um olhar vazio;
  • Mexer descontroladamente os músculos do rosto;
  • Fazer movimentos como se estivesse mastigando;
  • Mexer o braço ou perna de maneira constante e rápida;
  • Formigamento nos braços ou pernas;
  • Pequena rigidez dos músculos.

Epilepsia e dores de cabeça: é normal?

Estudos recentes apresentados durante o 24º Congresso Brasileiro de Cefaleia, indicaram que pode existir relações entre a epilepsia e dores de cabeça. Isso porque em alguns casos, a enxaqueca tem se mostrado cada vez mais relacionada, seja diretamente ou indiretamente, com distúrbios de sono, epilepsia e outras alterações cerebrovasculares. Isso significa que elas podem ser a causa uma da outra ou que ambas afetam a mesma região do cérebro.

Tratamento para epilepsia

Apesar de não existir cura para a epilepsia, existem tratamentos capazes de controlar e minimizar a ocorrência das crises. O tratamento das epilepsias é feito, principalmente, por meio de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas.

De acordo com os dados disponíveis, pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores em estágios mais graves, ou seja, possuem a necessidade do uso de medicamentos ao longo de toda a vida.

Caso as crises permaneçam frequentemente incontroláveis, estes são candidatos a intervenção cirúrgica. Há no Brasil centros de tratamento cirúrgico aprovados pelo Ministério da Saúde.

Epilepsia pode matar?

A epilepsia pode matar, de forma direta ou indireta, principalmente quando a negligência em relação ao tratamento e acompanhamento e eles não são seguidos de forma correta.

Isso porque já se sabe que pacientes portadores de epilepsia possuem um maior risco de morte súbita, além do fato de que uma crise convulsiva aumenta o risco do indivíduo se envolver em acidentes graves.

Vale ressaltar também que pessoas que sofrem crises convulsivas, correm o risco de algum tipo de lesão cerebral, caso a crise permaneça por mais de 5 minutos. Podem também apresentar vômitos ou sangramento na boca, por mordedura durante uma crise, e deglutir esse conteúdo, o que causa bronco aspiração, levando a um tipo de pneumonia grave e consequências ruins.

Outras possíveis causas para a morte súbita em pessoas com crises epiléptica são:

  1. Baixa adesão ao tratamento da epilepsia;
  2. Presença de doenças cardíacas; e
  3. Predisposição genética.

Fatores de risco

Os fatores de risco para a epilepsia são, principalmente:

  • Ter sofrido algum tipo de traumatismo craniano ou pancadas fortes na cabeça
  • Histórico Familiar
  • Malformações congênitas no cérebro
  • Arritmias cardíacas

A prevenção da epilepsia

Não é possível impedir que alguém desenvolva epilepsia. Entretanto, é possível evitar determinadas situações que desencadeiam convulsões, como por exemplo, dormir pouco, beber álcool e permanecer em ambientes com luzes estroboscópicas – parecidas com aquelas coloridas utilizadas em festas.

Como proceder durante uma crise de epilepsia

Caso você acabe presenciando uma pessoa sofrendo uma crise epiléptica, é importante manter a calma e saber como agir. O primeiro passo, é chamar um serviço de atendimento de emergência móvel, para garantir atendimento pré-hospitalar de qualidade ao paciente, evitando sequelas ou complicações.

Enquanto a ajuda especializada não chega, siga os seguintes passos:

  • Posicione a pessoa deitada de costas, em local confortável, retirando de perto objetos com que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;
  • Eleve o queixo levemente para facilitar a passagem de ar;
  • Afrouxe as roupas da vítima;
  • Caso a pessoa esteja babando ou vomitando, mantenha-a deitada com a cabeça voltada para o lado, evitando, assim, que ela se sufoque com a própria saliva ou vômito;
  • Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar;
  • Jamais segure a pessoa (deixe-a debater-se);
  • Não dê tapas;
  • Não jogue água sobre ela.

Quem tem epilepsia pode se aposentar?

Ao contrário do que muitos pensam, o portador de epilepsia pode sim se aposentar. O benefício a ser concedido dependerá da análise realizada do caso em específico, podendo se enquadrar até como aposentadoria da pessoa com deficiência.

Isso porque a epilepsia pode causar a incapacidade total e permanente para realização do trabalho. Assim, aposentadoria por invalidez pode ser concedida ao epiléptico, pois a doença o torna completamente inapto a todos os trabalhos a que se vincule, tornando a aposentadoria indispensável.

Se você conhece alguém que sofre de epilepsia, não deixe de compartilhar esse conteúdo valioso. Além disso, caso tenha alguma dúvida a respeito do assunto ou precise de atendimento de emergência médica, entre em contato com a Brasil Emergências Médicas.

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