O sofrimento e as batalhas de um dependente químico não se limitam apenas a ele, mas é capaz de atingir todos aqueles que o ama, principalmente se o dependente demonstrar resistência ao tratamento.
Uma das principais formas de tratamento para dependência química é através da internação na clínica de reabilitação, local em que o paciente irá receber todo o suporte necessário para superar o vício e conseguir viver em sociedade.
Como uma alternativa para facilitar a internação, é possível que as famílias solicitem o resgate de dependentes. A Brasil Emergências Médicas vai explicar neste artigo tudo o que você precisa saber sobre resgate e tratamento para dependentes químicos. Veja a seguir:
Table of Contents
Qual o tratamento para dependentes químicos?
A escolha de tratamentos para dependência química se inicia com um diagnóstico complexo e criterioso, feito por uma equipe multidisciplinar, e leva em consideração as especificidades e particularidades de cada caso.
A partir disso, é elaborada uma estratégia de tratamento individual e personalizada, que deve ser analisada de tempos em tempos, conforme o avanço do paciente, buscando o atendimento das múltiplas necessidades do paciente e a reorganização de sua vida de um modo geral.
As principais dificuldades para buscar uma orientação especializada incluem a negação da doença, a falta de apoio e o medo do que as pessoas, como sociedade, iriam pensar. Além disso, muitos amigos e familiares, por terem o conhecimento necessário sobre o transtorno, não sabem como agir ou ajudar um dependente químico, e muitos desconhecem a existência de tratamentos eficientes e especializados.
Pensando nisso, para esclarecer essas dúvidas, listamos abaixo os principais tratamentos para dependentes químicos. Veja a seguir:
Desintoxicação
A desintoxicação consiste em apenas uma das fases do tratamento para dependência química. Ela é considerada uma das etapas mais críticas, uma vez que o paciente recebe assistência médica durante um período de tempo determinado, na maioria das vezes com acompanhamento por 24 horas, para eliminar as drogas do seu organismo. É nessa fase que ocorrem as crises de abstinência.
Medicamentos
O indiscriminado de drogas pode ser um fator de risco para a contração e o desenvolvimento de diversas doenças físicas e mentais, como por exemplo:
- esquizofrenia,
- depressão,
- transtorno de personalidade,
- cirrose,
- câncer,
- insuficiência renal,
- HIV,
- hepatite B e C,
- sífilis,
- lesões cerebrais,
- desnutrição.
Por isso, torna-se necessário o uso de medicamentos ao longo do tratamento da dependência química para grande parte dos casos, sempre feito com o acompanhamento do profissional médico responsável pelo tratamento, além de avaliação completa do paciente, como anamnese, exames, interação medicamentosa e possíveis efeitos colaterais.
Esse tipo de tratamento normalmente é associado com a psicoterapia, para garantir um resultado eficaz.
Psicoterapias
A psicoterapia é uma grande aliada no tratamento da dependência química, com diferentes tipos de abordagem, como a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, a terapia em grupo e também, a terapia ocupacional.
O tratamento através das psicoterapias se constituem na aplicação de um conjunto de técnicas e métodos psicológicos, com objetivos diferentes, como por exemplo, a solução de problemas, a alteração de padrões de comportamentos e a ajuda no desenvolvimento de novas concepções sobre si mesmo e sobre o mundo.
A escolha por alguma dessas modalidades irá depender dos sintomas apresentados pelo paciente, do grau de evolução do transtorno, da estratégia de tratamento definida e da aceitação do tratamento e personalidade do paciente.
Internações
Geralmente, as internações são feitas quando o paciente precisa de apoio integral e multidisciplinar ou apresenta risco de vida para si mesmo ou para os outros, com comportamentos agressivos e pensamentos suicidas.
De acordo com a Lei 10.216/2001, também chamada de Lei de Proteção e Direitos das Pessoas Portadoras de Transtornos Mentais, está previsto diferentes formas de internação, sendo elas a voluntária, involuntária e compulsória.
O que significa resgate para dependente químico?
O resgate para dependente químico nada mais é que o processo de transportar o usuário até a clínica ou instituição em que ele receberá todo o suporte para tratamento e recuperação do vício.
Seja ele feito de forma voluntária ou involuntário, o ideal é que seja acompanhado por uma equipe experiente, devidamente treinada e capacitada para realizar o procedimento da melhor maneira possível. Principalmente por se já se tratar de um momento delicado e de sofrimento para todos os envolvidos.
O que é a internação involuntária?
A internação involuntária ocorre quando o dependente químico já não tem mais consciência dos prejuízos da droga para si mesmo e de que necessita de tratamento especializado para se livrar do vício, trazendo riscos de vida para ele mesmo e para os familiares ou pessoas à sua volta.
Isso torna necessário que as pessoas de sua família tenham que optar por uma remoção ou resgate involuntário, ou seja, aquela em que o dependente não escolhe ou busca por conta própria. Essa é uma modalidade de tratamento que, apesar de trazer muitos debates – na maioria das vezes por pessoas que não tem conhecimento do procedimento – é totalmente amparada por lei.
Esse é um processo muito desconfortável e complicado para as famílias envolvidas, uma vez que a resistência do dependente químico ao tratamento pode se dar de forma violenta. A intervenção familiar nesse momento é fundamental para a recuperação do paciente.
Quais os tipos de resgate?
O resgate pode ser feito de diferentes maneiras, como:
Resgate Simples
O resgate simples é o transporte do paciente por ambulância, acompanhado por um socorrista e enfermeira, até a instituição ou clínica indicada, sem necessidade de intervenção médica.
Geralmente, esse tipo de resgate ocorre quando o paciente apresenta comportamento ambivalente em relação ao tratamento que irá receber.
Resgates Aéreos
Indicados para pacientes que se encontram em estados diferentes do local em que irá receber tratamento, ou até outro país. Ideal para garantir maior conforto e segurança, evitando que o paciente precise ficar por um longo período de tempo em sedação. Para resgates aéreos, torna-se necessário a intervenção médica.
Resgate Involuntário
Para os casos em que o paciente necessita, mas não aceita o tratamento, a família tem o direito de solicitar a remoção involuntária, conforme estabelece a lei federal 10.216, de 6 de abril de 2001.
O resgate involuntário conta com o acompanhamento durante todo o processo de um (a) enfermeiro (a) e um auxiliar, com o objetivo de abordar o (a) paciente que recusar o tratamento.
O local e o horário da abordagem é definido previamente com os familiares ou responsável legal do paciente. Assim, é possível realizar a remoção com o mínimo de transtorno, mantendo o respeito e a segurança de todos. Após abordar o paciente, ele é encaminhado até a instituição informada para o tratamento.
Resgate Descaracterizado
O resgate descaracterizado é uma técnica utilizada onde os profissionais abordam o paciente sem os uniformes de trabalho, como roupas brancas e jalecos, mantendo total discrição e evitando reações agressivas do paciente.
Assim, usando um pretexto de aproximação, acordado anteriormente com os familiares, amigos e outros profissionais envolvidos na operação, o processo é realizado da melhor maneira possível.
Geralmente, ele é feito quando o paciente está transtornado devido ao uso da substância ou durante um surto psicótico, momento em que pode colocar a sua vida e a dos outros em risco. Além disso, nesses cenários, pode se tornar necessário o uso de medicamentos para que o transporte do paciente até a instituição seja feito em segurança. Nesses casos, há o acompanhamento do médico especializado.
Resgate Compulsória
O resgate compulsório é feito quando há uma determinação feita pela justiça para a internação involuntária do paciente. Ocorre de modo semelhante a internação involuntária, entretanto, com a intervenção judicial, uma vez que não há responsáveis legais pelo paciente, como por exemplo, familiares.
Quem pode solicitar o resgate para internação involuntária?
De acordo com a Lei Federal (Nº 10.216, de 2001) é permitida a solicitação desse tipo de intervenção: parentes de primeiro grau, como filhos, irmãos, pai e mãe. É necessário que a solicitação seja feita de maneira formal, através do Ministério público esclarecendo a necessidade da internação. Esse processo busca evitar a possibilidade do uso de cárcere privado do paciente.
O resgate de dependente químico para interação funciona?
De acordo com o National Institute on Drug Abuse, dos Estados Unidos, o resgate de dependente químico para internação involuntária ou compulsória tem a mesma chance de sucesso que um tratamento voluntário do dependente químico.
Alguns estudos já mostraram que não é necessário que o tratamento se dê de maneira voluntária para que ele tenha resultados positivos ou seja eficaz, tornando a intervenção judicial ou familiar para realizar o tratamento uma excelente alternativa para auxiliar a vítima a se livrar das drogas.
Além disso, vale ressaltar que o resgate de dependentes químicos para internação involuntária já é utilizado em diversos países ao redor do mundo, com taxas de sucesso no tratamento.
Países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Suécia possuem legislações próprias que permitem a internação involuntária ou compulsória, desde que o paciente apresente riscos para si mesmo ou para as pessoas ao seu redor.
Portanto, mesmo que dolorosa para os familiares, muitas vezes, a internação involuntária ou compulsória se torna a única alternativa capaz de trazer o dependente químico de volta, livrando-o do vício em substâncias químicas e reinserindo-o na sociedade para ter um novo começo.
Qual o procedimento da equipe de resgate?
Apesar de complexo, pelo fato de se tratar de uma situação delicada e de tristeza para os familiares e amigos do paciente, o procedimento é simples, e isso se deve ao fato de ser realizado por profissionais de excelência e experientes neste tipo de situação.
Ao chegar ao local do resgate, a equipe entra em contato com o familiar responsável, para definir o momento mais adequado para que seja feito o resgate com toda a segurança e cuidado possível, sem infringir qualquer princípio e direito humano do paciente.
Ao iniciar a abordagem ao paciente, a equipe segura os braços e o posiciona sentado para tentar conscientização e uma internação amigável. Ao contrário do que muitos pensam, o uso de força é mais incomum do que se imagina. Mesmo que os familiares garantem que os pacientes irão reagir, apenas cerca de 2% dos pacientes acabam reagindo no momento do resgate.
Todo o resgate é realizado por enfermeiros ou médicos capacitados e treinados, podendo ou não haver a necessidade da administração de medicamentos.
Resgate para dependentes químicos Brasil Emergências Médicas
A Brasil Emergências Médicas conta com um escopo de profissionais rigorosamente capacitados para realizar qualquer tipo de procedimento, sempre garantindo a segurança do paciente e acolhimento aos familiares.
Momento difíceis e delicados exigem total comprometimento da equipe para realizá-lo da melhor forma possível, minimizando o desgaste e sofrimento de todos.
Caso tenha alguma dúvida ou queira saber mais sobre tratamento e resgate de dependentes químicos, entre em contato conosco pelo WhatsApp ou e-mail disponível em nosso site.
Leia também:
